quinta-feira, 11 de setembro de 2014

Teoria da relatividade

Tudo é relativo. O sucesso de alguns é determinado muitas vezes pelo quanto a pessoa consegue assimilar este fato. Parece que Obama conseguirá salvar sua imagem em relação à política externa por ter entendido bem a relatividade no mundo. Seu antecessor, Bush filho, deve grande parte do seu insucesso a uma ideia medieval de classificar o mundo entre bem e mal.
E não bastou para Bush classificar mentalmente. Criou o “eixo do mal” e enfraqueceu bastante as relações com aqueles que não se enquadravam nos ideais do republicano. O resultado foi o fracasso no Iraque, que reflete na atual crise, o relativo insucesso no Afeganistão, e uma das piores avaliações de um presidente norte-americano na história.
Os erros causados pela infantilidade de Bush em classificar o mundo em bem e mal, refletiram diretamente nas opressões xiitas do governo iraquiano, e como consequência no sentimento de revolta sunita que levou a criação do ISIS. O grupo surgiu em meio a um Iraque em colapso, no qual a região em melhores condições era o Curdistão, que deteve enorme autonomia do governo de Bagdá.
A revolta ignorada gerou uma das maiores barbaridades do século XXI, não suficientemente retratada por conta das dificuldades envolvendo coberturas jornalísticas, que costumam acabar em sequestros e cenas lamentáveis. Cristãos, curdos e xiitas são também vítimas de atrocidades da mesma intensidade dos jornalistas, ainda que pouco noticiadas.
Sem intervenção nada disso acaba, e quem sabe quais serão os estágios atingidos pelo grupo, que se auto intitulou Estado Islâmico justamente pelas limitações que a sigla ISIS, referência à Síria e Iraque causam. Uma expansão para o Afeganistão é cogitada e segundo alguns, já foi concluída. A questão, e ai que entra a grande diferença de Obama, é que os EUA nunca conseguiram atingir seus objetivos no Oriente Médio sem uma coalizão, a única que vez que o fizeram, foi com o pai de George Bush, na Guerra do Golfo.
Provavelmente a investida na Síria para tirar Assad do poder teria sido mais um desses fracassos, e com a irônica consequência de que o grupo mais cotado para assumir seria justamente o ISIS. Assad é péssimo, atenta contra os direitos humanos, usou armas químicas, mas consegue ser mais estável e confiável do que o ISIS. Obama usou a relatividade, ou o bom senso, e usará Assad enquanto for conveniente, e o Goleiro Bruno Sírio faz justamente o que lhe convém, se mantém no poder a todo custo.
Um dos principais aliados de Obama será o regime xiita do Irã. Neste momento a relatividade do democrata se faz ainda mais presente. Os EUA, ainda que com imensa cautela quanto ao anúncio oficial, irão se unir contra um inimigo comum com um integrante do “eixo do mal” de Bush. O que muitos podem ver como ironia, para mim é mero bom senso.
“O Estado Islâmico não é um estado” e “O Estado Islâmico não é islâmico”, gostei do discurso de Obama. Evidentemente, gostei da coalizão. A grande questão é o que se dará a seguir no imprevisível Oriente Médio, já que há um ano, me faltava capacidade de relativizar, e, portanto eu não via opções muito piores do que Assad. A questão é que mais uma vez tenho de criticar o extremismo, por conta de ouvir frases como: “A Al Qaeda perto do EI é um grupo de escoteiros” ai, ainda mais em um  “11 de setembro”, fica bem complicado de relativizar. 

quinta-feira, 21 de agosto de 2014

Um bom motivo


Acho que enfim eu consegui um bom motivo para gostar tanto de política internacional. Ainda não é definitivo para explicar como alguém consegue se interessar pelas eleições no Afeganistão, mas é um começo. É possível enxergar a geopolítica como um universo infantil extremamente interessante, vou explicar nas próximas linhas.
Começando pela última instância de qualquer problema internacional, a guerra. A guerra não é nada mais do que a “Lei do Mais Forte” que todos nós vivenciamos quando somos menores, na qual qualquer problema é resolvido com força. Logo nos primeiros anos de vida isso se resume a algumas dentadas. Algumas pessoas parecem não entender que dentadas em quem se tem problemas se resume a estes momentos, mas enfim, não vamos perder o foco.
Eu como sempre tive um biótipo que rendia apelidos com “chassi de grilo” e “frango da Sadia”, costumava buscar soluções mais estratégicas do que a briga. Levando isso para o contexto internacional, seria como o México, que nunca teve grande força militar, mas compensou isso com alianças com o valentão Estados Unidos.
O outro extremo é daquele que têm os músculos. Evidentemente ele vai querer usar sua força para resolver seus problemas, e a manifestação mais clara disso é a Rússia atual. No caso do país de Putin, centímetros a mais e um pouco de força física são substituídos pelo segundo maior arsenal bélico do mundo, detalhe. O ponto é que a crise na Ucrânia deixou claro que os argumentos da Rússia são bem semelhantes aos do nosso valentão, que na maioria das vezes não era um cara muito esperto.
Outra analogia que eu acho interessante é a do bem que movimenta todas as relações. No caso da política internacional é o petróleo. Já na infância ele varia, e fica bastante evidente nas figurinhas da Copa (que devem ser derivadas do ouro negro). Para consegui-los vale tudo, e atire a primeira pedra quem nunca trapaceou no bafinho, surrupiou uma figurinha faltante ou invadiu o Iraque em busca dos seus objetivos.
Rivalidades tolas muitas vezes ditam as regras na infância e não é diferente quando adultos estão se relacionando internacionalmente. Perón tinha problemas com o Brasil e não fazia nenhuma questão de negar isso, o que afetou as relações diplomáticas de Argentina e Brasil por muito tempo. Inclusive a ausência da Argentina na Copa de 50 foi por conta do país ter tentado sediar a competição e perdido para seu rival. Muitos devem o veto do Brasil ao Conselho de Segurança da ONU á oposição Argentina, que claramente seria motivada pelo interesse de estar lá ao invés do povo tupiniquim.
Alguns mais exaltados quanto às teses imperialistas podem dizer que o neoliberalismo não é nada mais do que os mais fortes indo até os mais fracos para tomar o dinheiro do lanche. Acho que este argumento se expresso sem grande extremismo tem valor, mas não vou me ater a ele.

E evidentemente posso estar completamente enganado em tudo isso que escrevi. Mas eu queria terminar ressaltando duas coisas: tem muito cara de melão falando de geopolítica. E que bom seria se palestinos, costa marfinenses e tantos outros pudessem simplesmente chegar a suas casas e saber que a mãe ONU vai resolver seus problemas. 

quinta-feira, 24 de julho de 2014

Um País de Anões?

Não quis escrever sobre Israel e Hamas nos últimos dias pelo simples fato de que praticamente tudo o que é escrito ou dito sobre o conflito é leviano. Quando há alguma posição concreta normalmente é de um caráter antissionista nem um pouco velado. O que me motivou foi o posicionamento do governo brasileiro, que não tem outra atribuição a não ser: pífio.
Segundo as declarações brasileiras, a impressão é a de que o conflito é um mero massacre gratuito de palestinos em Gaza. O repúdio ao fato de crianças estarem morrendo é justo, e espero que seja a sensação de todos os brasileiros. No entanto a visão unilateral do conflito não ajuda em nada para que tenhamos enfim o sonhado cessar fogo.
O conflito ocorrendo em Gaza não é entre Palestina e Israel. O conflito é entre o Hamas e Israel. A Autoridade Palestina é neutra na situação e a favor de um cessar fogo imediato. Os EUA, tradicionais aliados de Israel são a favor de um cessar fogo. A ONU, a UE e qualquer outra entidade com um mínimo de bom senso é a favor de um cessar fogo imediato.
A questão não é se a pessoa acredita no Priorado de Sião, se é a favor da criação do Estado da Palestina, se acredita que judeus merecem o território após o Holocausto, nem nada disso. É o simples bom senso de parar uma ofensiva militar que vai matando cada vez mais inocentes, e algo que parece ser muito difícil para o governo brasileiro: se opor a um grupo terrorista que recusa um acordo de paz.
A declaração de que o Brasil é um “anão diplomático” foi absolutamente lamentável. O Burundi não deve ser considerado um país sem representação diplomática. A questão é que a manifestação brasileira não contribui em nada com o fim do conflito, e apenas embasa os argumentos terroristas de rejeitar um cessar fogo por conta da ofensiva de Israel.
Se há um lado positivo é que embasando a causa do Hamas, o Brasil se opõe aos interesses de Assad, que após uma traição do grupo terrorista, passou a ser um dos maiores inimigos destes. Quanto ao resto do conflito, acredito que os noticiários são suficientes para mostrar que qualquer posição além de um cessar fogo é um absurdo.
Na manifestação do governo brasileiro há uma posição de acabar com o conflito, a questão criticada por Israel é que o Hamas foi absolutamente ignorado, assim como qualquer outro grupo terrorista. O que reflete que sim, a política brasileira foi anã. Não sei se por desconhecimento ou por interesse, mas o erro ocorreu. Tomara que em contrapartida a decisão “anã” na seleção brasileira tenha sido um acerto.

  

quinta-feira, 10 de julho de 2014

Pelo Menos (na bola)

Falar qualquer coisa depois de uma derrota dessas é muito mais fácil. Vou falar de uma, que em meio ao meu otimismo, me preocupava bastante. Pensei em falar antes do jogo contra a Alemanha, mas não deu e agora fica pra cada um acreditar se eu pensava assim, ou não.
Eu não acho que brasileiro gosta tanto de futebol bonito. Pra mim, na seleção, brasileiro gosta é de história. Essa paixão pelo futebol bonito pra mim fica clara que não é tão importante nos clubes em que três títulos brasileiros consecutivos jogando feio valem tanto quanto três encantando o mundo. Mas talvez pela necessidade de vencer seu vizinho de porta, uma história não é tão importante. Vale lembrar que o título de 2009 do Flamengo em que houve a recuperação de um imperador e de uma múmia(eu disse isso antes dele começar a jogar tanto), daria um baita roteiro e foi pouco explorado.
Mas na seleção é diferente, e vamos então para as cinco glórias da canarinho pra exemplificar isso:
1958: depois de perder tragicamente no Maracanã o título de campeão do mundo, um menino de nove anos de idade prometeu a seu pai que traria aquela taça para terras brasileiras. Oito anos depois, aquele menino, então com 17 anos, conquista o mundo, e várias suecas, jogando um futebol fora do normal, a taça do mundo era nossa. E com um roteiro melhor que muito filme patrocinado pela ANCINE.
1962: o título era nosso, a seleção tinha Pelé e o anjo das pernas tortas que nunca perderam jogando juntos. Não tinha como não levar o bi, até que Pelé se machuca. Acabou, não dá pra ganhar sem o melhor do mundo. E então entra em campo com a pressão de substituir Pelé, o pouco badalado Amarildo. Ele vira o "possesso", e com Garrincha (que destruiu o futebol científico em dois minutos*) nos guiam até o título com uma história mais dramática que filme iraniano.
1970:  melhor time da história, com completos ídolos em seus clubes e enfrentavam os malvados ingleses. Com um roteiro bem hollywoodiano vencemos aqueles arrogantes que ousaram recusar a água do hospitaleiro povo mexicano, com o México em festa e um futebol espetacular, o tri é nosso.
1982: não é 94, não mesmo. Confira, eu disse glórias, não títulos. Em uma visão completamente diferente da minha de futebol, eu garanto que os brasileiros como um todo trocariam sua quarta estrela por um simples 82 acima do escudo da seleção. Um time que como em 70 reunia craques de grandes clubes brasileiros, mas com uma diferença: esses heróis lutavam contra a ditadura. Sócrates, craque do time, participava de comícios e chegou a fazer parte da "Democracia" nos tempos do condor. Amamos esse time como uma adolescente ama "Harry Potter".
2002: Diziam que 98 havia sido vendido. Uma convulsão sem registros na história do futebol tirou nosso craque da final. E ele pouco tempo depois sofre uma lesão no joelho que segundo muitos iria acabar com sua carreira. Apesar de não gostar de futebol na época, acho que 2002 é bem resumido no dia em que andando com meus país no meio da rua parei para ver a propaganda com Ronaldo e a música "Tente outra vez".
E 2014? Com todo respeito ao gênio Neymar, e a outros bons jogadores da seleção, qual era a história? Um rapaz que nunca teve grandes problemas e era milionário com 14 anos(PELO AMOR DE DEUS, EU NÃO VEJO DEMÉRITO NENHUM NISSO), e outros desconhecidos dos clubes brasileiros, erguendo a taça em casa?
Agora amigos, a história é outra. Nosso craque sofreu uma entrada desleal que o tirou da conquista de seu maior sonho. Fomos completamente humilhados de uma maneira que nenhuma seleção grande nunca havia sido, em casa. A história pro hexa tem tudo pra ser um dos maiores filmes de todos os tempos. Dessa vez eu poderei enfim ser campeão tranquilo.
*Se você gosta de futebol e nunca assistiu aos tais 2 minutos, faça-o o mais rápido possível.

Pelo Menos

De uns tempos para cá eu refleti e tomei para mim duas coisas, bem expressas nessa minha frase "se foder é inerente ao ser humano. Saber rir disso e tirar o lado bom é o que faz a diferença". Fiquei arrasado no 8 de julho, como eu disse, chorei mais que preparador físico do Adriano. Depois disso comecei a rir de algumas ótimas piadas e eu tenho a convicção que quanto a rir de si próprio, só nós e os ingleses temos tamanhas capacidades. Mais um orgulho dos donos do futebol.
Faltava o outro lado, o tal "pelo menos". Pensei bastante, até algumas piadas, reflexões futebolísticas que posso ou não tornar públicas depois, mas o mais importante saiu depois de ouvir um comentário do Paulo Calçade, comentarista da ESPN. Ouvi muito pouco, mas sintetizando, Paulo dizia que no futebol alemão não tinha esquemas, não tinha dinheiro que não se sabia de onde vinha, e daí podemos imaginar o resto.
Um dos pilares de um homem para mim é a convicção. Uma das minhas é que para escrever neste blog, eu iria usar meu mero conhecimento, então lhes privarei de uma informação mais precisa, mas de cabeça é disso que eu lembro: há uns dois meses atrás, o presidente do Bayern de Munique( o novo exemplo de futebol para nossa imprensa), foi afastado de seu cargo por envolvimento com um dinheiro bastante errado. Mas isso não importa, afinal eles ganharam de 7x1 e tudo é perfeito.
Nos programas de esporte eu consigo ouvir na hora que eu quiser que o Felipão errou e cometeu suicídio ao jogar aberto contra a Alemanha. Um canalha desatualizado que fez uma péssima Copa e que deveria saber disso ao enfrentar os alemães. Você também pode ouvir, é só ligar sua televisão. Mas poucos, e eu sou um desses, que conseguem imaginar os mesmos comentaristas, em caso de uma derrota apertada de um Brasil retrancado dizendo: Felipão é um covarde, treinador da seleção brasileira e se comportou como se tivesse treinando seu time de Passo Fundo, era melhor ter aberto o time e levar de sete, dez, mas jogar como o Brasil, manter a dignidade.
Consigo ouvir a mesma situação em relação ao clima criado pelo caso Neymar, que hoje é execrado, já que os jogadores deram foco demais a ausência do gênio ao invés de focar no jogo. Em caso de vitória brasileira( isso sim eu tenho dificuldades de imaginar), a união do grupo para superar as dificuldades seria um exemplo a ser seguido por todos os brasileiros.
Entenderam, né? Se não, me dê qualquer uma dessas listas dos erros do Brasil na Copa e eu te digo como tudo aquilo teria uma outra conotação em caso de outro cenário fora dos 7x1. A Alemanha é perfeita, enquanto a outra finalista da Copa tem problemas graves de gestão, e na minha opinião problemas bem mais graves em relação as torcidas organizadas e a sua federação do que a nossa.
Chegamos na hora do pelo menos. E ele é bom só pra mim, desculpa ter feito você ler até aqui se estivesse querendo um consolo. Eu cheguei na faculdade de Jornalismo absolutamente determinado que meu foco seria trabalhar com política internacional, a ausência de futebol neste blog prova isso. Mas como eu previa, eu gosto demais de futebol, e as oportunidades para falar disso eram tentadoras. Entrei para a equipe esportiva da FACOM, e aquilo parecia cada vez mais uma possibilidade real de trabalho para mim, uma escolha óbvia de unir o útil ao agradável.
Até refletir sobre a imprensa de resultado que iria me empregar. Um grupo que fala mal dos treinadores por seu futebol de resultado, mas não teme em trocar suas convicções por alguns pontos no IBOPE. Uma imprensa na qual comentaristas elogiam até criminosos desde que isso comprove suas opiniões para vender jornal. Lembram que eu disse que um dos pilares de um homem para mim é a convicção? Pois é, a minha agora é de continuar com a geopolítica, já que Iraque e Israel não pararam durante a Copa. Para os muitos amigos que seguirão na profissão, desejo todo sucesso do mundo, sério. Durante a Copa ganhei a alcunha de Filósofo da FACOM, e para honrá-la vou terminar o texto citando um professor que tive: "Menos um concorrente."

quinta-feira, 15 de maio de 2014

Uma pedra no caminho e outros pitacos

A arma de Putin
Em um dos brilhantes episódios de Simpsons, infelizmente não me lembro qual, Homer parecia em uma situação desfavorável, até que solta a seguinte frase: "Você só não contava com uma coisa: a minha indiferença com a vida humana." E é essa uma das principais armas de Putin no "xadrez" da geopolítica mundial. Enquanto europeus temem a falta de gás, Putin simplesmente ignora sanção após sanção, já que os anseios de sua população claramente não são prioridade. Isso ficou claro há cerca de uma década, quando ele resolveu uma situação na Chechênia ordenando a invasão de uma escola primária. O resultado foi de centenas de crianças mortas, e uma placa, que para o homem forte de Moscou bastou para honrar a vida delas.
É a água?
Depois da fixação com o caso Christie, voltamos com um outro prefeito vizinho, igualmente surreal. Toronto vem tendo dias um tanto quanto inesperados para o Canadá. A grande mobilização na cidade é quanto a não deixar que o atual prefeito se candidate para as eleições desse ano. Até o ano passado, quando ele havia sido flagrado fumando crack apenas uma vez, parecia que estava tudo bem. Mas neste ano, a reincidência deixou os canadenses indignados e parece que ficou ruim para o prefeito. Definitivamente, tinha uma pedra no meio do caminho.
Entre Lula e Putin
Eu costumo voltar minhas atenções para algumas figuras. Nos últimos meses, Erdogan foi uma delas. A narrativa de seu AKP e o PT tem semelhanças impressionantes. Até denuncias de corrupção que ajudaram a motivar manifestações populares. O homem forte da Turquia também tem grandes semelhanças com Lula, a diferença é que seu país permite que ele fique mais tempo no poder, e inclusive que concorra à eleições nesse ano. Mas Erdogan esta aqui pelo seu comportamento "putinesco" na última semana.
Um acidente em uma mina de carvão mata centenas de pessoas no seu país. E não foi o primeiro acidente na mesma mina durante sua gestão. E sua resposta é de que acidentes em minas de carvão são normais e aconteciam na Inglaterra no século XIX.
Criemos então o "Erdoganismo". Segundo ele, a escravidão seria aceitável, já que ela existia em vários países durante o século XIX. Na mesma argumentação, ele disse que os acidentes também aconteciam nos desenvolvidos EUA do século XX. Então vamos negar tudo o que foi conquistado em relação a direitos civis, já que negros deviam ceder lugar aos brancos em ônibus nos mesmos EUA do século XX.
E pra fechar, Erdogan mandou enterrar todos os mortos em uma cerimônia comum. Eu duvido que Homer Simpson ficaria indiferente dessa vez. E se tudo isso não bastou, vale lembrar que ele fechou o Twitter na Turquia.

sexta-feira, 9 de maio de 2014

Assad, o Bruno sírio

Eu tenho uma frase, não é genial nem nada, mas cabe bem aqui. Costumo dizer que não sei se o mundo tem uma mão, mas se tiver, com certeza o Bruno anda na contramão. Estamos falando da fera que em liberdade, chegou na imprensa e perguntou, da mesma forma que alguém pergunta quem nunca comeu Danoninho, quem nunca havia batido na mulher. É tão absurdo que paro por aqui.
Agora que já o apresentei, vamos falar do que realmente deixou o goleiro famoso. Acreditando que poderia perder parte do seu império(algumas granjas no interior de Minas), Bruno resolveu acabar com a vida de Elisa Samudio. Depois, seus capatazes se livraram do cadáver da moça, e o ex-jogador seguiu negando no processo que tivesse qualquer participação no crime.
E agora falando de quem interessa, temos Bashar Al-Assad. Assad também queria proteger seu império, este estava sob ameaça após o estouro da Primavera Árabe, que vinha com a promessa de livrar o Norte da África e o Oriente Médio de seus ditadores. A diferença de Assad para Bruno é que o patrimônio do sírio não é de algumas granjas, e sim de uma das maiores potências da região.
Para mantê-lo, Assad não poupou esforços. Buscou ajuda russa e chinesa para armar seus Macarrões, e mantém por três anos uma guerra civil que já matou entorno de 150 mil pessoas. Milhões de sírios já fugiram para países vizinhos, e inclusive a Turquia já começou a construção de um muro para conter o debandada.
Bruno quando foi preso, disse que iria rir disso tudo e que jogaria a Copa de 2014 no Brasil. E Assad concorre ás "eleições" no próximo mês. Segundo a mídia local, quando indagado sobre o que achava de uma candidatura em meio a guerra civil, teria dito "Que guerra?"
Lembrando sempre que a equipe aguardou a convocação de Felipão, e vale ressaltar que até o momento Bruno não esta nos 23 jogadores que defenderão o Brasil na Copa. Já Assad é o favorito a vencer o pleito local. Teria falhado no que o goleiro?