segunda-feira, 31 de julho de 2017

Inconsequência e desinformação explicam apoio a Maduro em 2017

Os noticiários há pelo menos três anos são inundados pelas mesmas considerações sobre a crise na Venezuela: “situação drástica”, “governo insustentável”, “protestos reprimidos da oposição” e cifras sobre inflação, desabastecimento, queda no PIB e outros números para ilustrar o fracasso do governo de Nicolás Maduro. Desta forma, é compreensível que, por outro lado, os defensores do “socialismo na América Latina”, da “Revolução Bolivariana”, e do legado do chavismo para os mais pobres, se aferrem aos mesmos argumentos de 2014. No entanto, na realidade de 2017, a estratégia do que resta de apoio internacional do regime soa como um misto de desinformação e inconsequência.

De fato, o chavismo aproveitou bem o alto valor do petróleo para conseguir importantes investimentos na população mais desfavorecida da Venezuela, aumentando expectativa de vida e o poder de compra dos venezuelanos. Como já foi extensamente propagado nos últimos três anos, a queda no valor do barril, que chegou a custar menos que US$ 30, enquanto nos tempos dourados de Chavéz ultrapassava os US$ 100, foi um baque até hoje irreparável na economia que detém as maiores reservas de petróleo do mundo e exportações que dependem do óleo em 95%.

O lado menos contato da história, e que vem aparecendo gradualmente, é para onde foi outra parte deste dinheiro. A Venezuela, assim como o Brasil, não sofreu somente com a queda do preço internacional de matérias primas, mas também com um assalto aos cofres do Estado com um misto de incompetência, e a prioridade a interesses espúrios. No que a revista Economist classificou como “gangstercracia”, o ex-ministro do orçamento venezuelano Jorge Giordani afirma que dos US$ 1 trilhão que o país conseguiu com a venda do petróleo, US$ 300 bilhões teriam sido desviados. O atual vice-presidente, Tareck El Aissami, é acusado internacionalmente de integrar uma rede do narcotráfico, que contaria com a colaboração de altos funcionários do governo venezuelano. Quem fez a denúncia junto a Giordani foi Hector Navarro, que esteve à frente de cinco ministérios no governo de Chavéz, e que afirma “ladrões não têm ideologia”.

Desta forma, o que não devem pensar os 93% dos venezuelanos que afirmaram em pesquisa não conseguir comprar o que precisam de comida, assim como os cerca de 75% que perderam peso no ano passado ao ouvir a defesa do atual governo por conta de sua prioridade aos mais pobres? A inflação, que deve alcançar os 1000% neste ano, a maior do mundo, consome o poder de compra daqueles que veem este equiparado à década de 50. A mortalidade materna cresceu 66% no último ano, e a infantil 30%, números que para serem divulgados custaram o cargo da ministra da Saúde.

No começo da crise, uma das principais defesas que era feita ao regime foi a da manutenção das liberdades. Como o caso da ministra da Saúde ilustra, e que ficou evidente com o cerceamento aos trabalhos da procuradora-geral Luísa Ortega Díaz, chavista e que chegou a ter seus bens bloqueados por conta da oposição a Maduro, internamente a liberdade não passa de ilusão. A liberdade de imprensa, que de fato ainda é maior do que em históricas guinadas autoritárias na América Latina, foi cerceada nos últimos tempos, em especial com a simbólica ordem de fechamento da CNN.

Liberdade de manifestação, como se sabe, nunca foi o forte do governo de Maduro. Os primeiros protestos foram duramente reprimidos, culminando inclusive com uma série de encarceramentos e até em mortes. No entanto, desde as marchas que se iniciaram em abril deste ano, mais de 100 pessoas já perderam suas vidas em manifestações contra o governo, parte delas vítimas de assassinatos brutais por milícias urbanas. Apenas nos protestos em decorrência da votação pela Assembleia Constituinte, já são contabilizadas ao menos 15 mortes.

A capacidade de restabelecer a ordem democrática por meio da Assembleia, como é defendido por parte dos apoiadores do regime, é uma falácia. As 545 cadeiras em disputa pelo pleito reservavam importantes margens à setores ligados ao governo, inclusive com algumas pessoas podendo escolher por duas vezes seus representantes. A eleição municipal fez com que localidades pequenas tivessem a mesma equivalência das principais cidades, onde o antichavismo é mais forte, em uma violação da paridade do voto (sim, o que não deixa de ocorrer, de certa forma, no sistema eleitoral do EUA). As denúncias de que funcionários públicos foram ameaçados em caso de não comparecimento à votação foram frequentes, assim como as de sanções aos beneficiários de programas do governo que não o fizessem. Por fim, Diosdado Cabello, conhecido como número dois do chavismo, acusado de corrupção e envolvimento com o narcotráfico, Cilia Flores, esposa de Maduro, e Delcy Rodriguez, ministra das relações exteriores do governo, terminaram eleitos.

Diante do atual quadro do regime, não passa de uma retórica vazia as expressões que acusam uma suposta “direita” de arquitetar contra Maduro. Quanto às acusações norte-americanas de ingerência, o país segue comprando quase metade do petróleo exportado pelos venezuelanos, sendo sede de importantes operações da estatal PSVDA no ramo. Sanções contra o país dificilmente surtiriam efeito, já que reforçariam os argumentos “anti-imperialistas” de Maduro para sua base, e que buscaria outros parceiros, como a já importantíssima China e a Rússia, que passou a exercer mais influência após acordos venezuelanos com sua estatal petrolífera, a Rosneft. Por outro lado, os norte-americanos neste caso teriam pouco a ganhar, sendo obrigados a buscarem óleo em áreas mais onerosas e provavelmente assistindo a um aumento no preço do barril no cenário global.

Sanções contra a alta cúpula do regime, como El Aissami, que já conta com embargos norte-americanos, são um caminho responsável, e que pode surtir efeito. No entanto, nada além de forçar o regime a ir, de fato, à mesa de negociações pode representar o melhor aos interesses venezuelanos. Enquanto Maduro anunciava suas intenções de diálogo, como quando contou com a mediação do Vaticano, o regime se desviava cada vez mais do viés democrático. Desde 2014 presos políticos foram feitos na Venezuela, eleições marcadas foram adiadas sem prazo, um referendo revogatório previsto na constituição foi ignorado, e no auge do autoritarismo, o Tribunal Supremo assumiu os poderes da Assembleia Nacional, de maioria opositora, em um golpe que remonta ao século XX na América Latina e que a pressão internacional foi vital para o regime voltar atrás.

A instituição da Assembleia Constituinte representa um importante marco nas rupturas do processo democrático venezuelano que deve ser repudiado internacionalmente, tendo em vista minimizar suas consequências, que variam desde a instauração de uma ditadura plena à uma guerra civil. A inconsequência da ala petista que domina o partido com mais apoiadores no Brasil é lamentável, baseada em argumentos que não condizem com a realidade e a defesa de um regime transgressor do viés democrático. É fato que, somente os próprios venezuelanos e o diálogo poderão resolver a grave crise pela qual passa o país, no entanto, a mediação externa se faz necessária. Criticar atos de um regime que atenta à ordem democrática não faz ninguém menos aferrado a uma ideologia, assim como fizeram diversos respeitados intelectuais de esquerda e a procurado Ortega Diaz. Um posicionamento mais embasado para além de chavões distantes da realidade e dedinhos no bigode para cantar “tô com Maduro” é necessário neste momento em que sim, a Venezuela pode ter dado um passo sem volta rumo ao autoritarismo.

Maduro, longe demais no 30/07


quinta-feira, 27 de julho de 2017

Papo de Boteco no VPC

Uma das melhores iniciativas recentes na cobertura da mídia brasileira em assuntos mundiais foi a criação do programa GloboNews Internacional. Comandado pelo excelente Dony De Nuccio, e com comentários de Marcelo Lins, Ariel Palacios e Guga Chacra (que inspira parte importante do que está presente aqui), a segunda parte do programa é sempre composta pelo “Papo de Boteco”. Na ocasião, cada um dos participantes traz uma curiosidade que de preferência tenha tido a menor repercussão possível no noticiário.

Como entusiasta de questões pouco abordadas, decidi repetir aqui a ideia. Desta forma, trouxe informações que podem ser simplesmente curiosas, como a da eleição da Libéria em 2005, ou traçar tendências de prioridades globais, de acordo com a interpretação de cada um. Tentei fazer o menor juízo de valor possível, o que é muito complicado. Alguns dados, como os relativos a homicídios e terrorismo, são muito difíceis de se ter exatidão, portanto, é muito possível que variem conforme a fonte. Confira:

-Emanuel Macron, além de presidente francês, também é monarca. O cargo de co-príncipe de Andorra, um pequeno país entre a França e a Espanha, é destinado ao presidente da França.
-Um melhor jogador do mundo da FIFA já disputou uma eleição presidencial contra uma Nobel da Paz. O caso aconteceu em 2005 na Libéria, quando George Weah, melhor do mundo em 95, perdeu a eleição para Ellen Johnson Sirleaf, Nobel em 2011.
-O maior comprador de armas no mercado mundial é a Índia, seguida pela Arábia Saudita.
-Os 11 países com maiores superfícies marítimas, e, portanto, com direito de exploração econômica são, respectivamente: EUA, França, Austrália, Rússia, Reino Unido, Indonésia, Canadá, Japão, Nova Zelândia, Chile e Brasil. As superfícies abrangem territórios ultramarinos, como Guam no caso dos EUA e a Guina Francesa.

-O país que terá o maior crescimento do PIB neste ano é a Etiópia, com 8,3%. Dos outros dez entre os maiores crescimentos, 8 ficam na Ásia, e o vizinho à Etiópia Djibouti fica em sexto.
-Bangkok é a cidade que mais recebeu turistas em 2016 (21,5 milhões), quase o dobro da quinta colocada, Nova York (12,8 milhões). Londres, Paris e Dubai seguem a capital tailandesa.
-O Brasil é o único país das Américas com embaixadas em ambas Coreias.
-Trump foi o primeiro presidente norte-americano a fazer sua viagem inaugural para o Oriente Médio, ao visitar a Arábia Saudita. Canadá com oito vezes, e México com quatro, são os destinos mais habituais.
-Em 2016, morte por opiáceos foi a principal causa de morte entre pessoas de até 50 anos de idade nos EUA. Cerca de 60 mil perderam a vida por conta de overdoses por produtos como a heroína e o fentanil.
-Apenas cinco países têm, de fato, um PIB maior do que a Califórnia: Reino Unido, Alemanha, Japão, China e os EUA.
-Na China 786 milhões de pessoas, quase quatro vezes a população do Brasil, viviam em extrema pobreza em 1990, número que passou a 25 milhões em 2013.
-Nova Orleans tem um índice de homicídios a cada 100 mil habitantes de 62,1. O país recorde no quesito é Honduras, com 68,4. Em Detroit o nível é de 35,9, próximo ao de El Salvador, que é 39,9. Em Miami é 23,7, enquanto em São Paulo, gira entorno de 11.
-O principal produto de exportação do Afeganistão é o ópio, amplamente consumido no vizinho Irã. A papoula, planta da qual se origina a droga, também é base para a heroína, e o Afeganistão tem amplas terras de cultivo da mesma, que pode ter como destino a Europa.
-A população mundial de judeus hoje é de 13,5 milhões de pessoas. Cerca de 5,7 milhões vivem em Israel, e 5,3 milhões nos EUA. Em sequência, França, Reino Unido e Rússia. Em 1939 o grupo somava mais de 16 milhões de pessoas.
-O presidente do Líbano obrigatoriamente tem de ser cristão maronita. O primeiro-ministro por conta do mesmo acordo deve ser muçulmano sunita, líder do parlamento, xiita.
-O Brasil por um período de tempo chegou a ser o único país do mundo a ter um presidente libanês. É que Michel Temer tem nacionalidade libanesa, e por conta de imbróglios políticos, o Líbano ficou por quase dois anos sem presidente.
-As atuais prefeitas de Ramalá e Belém, ambas cidades palestinas na Cisjordânia, são cristãs.
-No Irã é extremamente raro que mulheres usem burca (que cobre todo o corpo). No Afeganistão, inclusive alguns maridos dizem desejar que suas esposas fossem liberais como as iranianas.
-O México é o país em que mais se decapita no mundo. 50% dos homicídios no país se concentram em três estados: Guerrero, Michoacan e Sinaloa.
-De 2000 a 2016, 2,6 milhões de pessoas foram mortas na América Latina. É aproximadamente a população do Uruguai.
-Dos dez maiores campos de refugiados no mundo, sete ficam na África. O principal relacionado à crise síria, Zaatari, é o quinto. O maior é Dadaab, no Quênia, relativo aos conflitos na Somália. Os dados são de 2016, e é possível que a tendência mude, com refugiados do Sudão do Sul criando grandes aglomerações, e com Dadaab diminuindo seu tamanho por decisões do governo queniano.
-Quatro países concentram cerca de 71% dos atentados terroristas no mundo, sendo o Iraque o líder, além de Afeganistão, Síria e Somália. 2,5% dos ataques foi realizado no Ocidente.
-Os ataques terroristas com ao menos uma morte na Europa chegaram a quase 300 em anos na década de 70, enquanto ficaram próximos de 20 em 2015. Desde 95 o número não passa de 100.

sábado, 15 de julho de 2017

A verdadeira "Náusea" ao Governo Temer

Após o fim do primeiro tempo da partida entre São Paulo e Atlético Goianiense, coloquei no Jornal Nacional e assisti à cobertura da votação sobre o prosseguimento da denúncia sobre Temer na CCJ da Câmara. A sofrível atuação do Tricolor e o resultado da comissão me fizeram brincar que eu “estaria me sentindo preso na obra ‘A Náusea’, de Sartre”. Mas uma entrevista com bem menos repercussão do que a votação na Câmara, e ofuscada por ser no dia seguinte à condenação de Lula, me fez sentir ainda pior.

Ao ser questionado sobre uma possível exoneração do cargo de ministro da Saúde, Ricardo de Barros afirmou que é “um soldado do presidente”, e que estaria disponível para ajudar seu aliado. Barros, eleito deputado pelo PP do Paraná, poderia assim voltar à Câmara, garantindo mais um voto no plenário contra a denúncia de Temer por corrupção passiva. Desta forma, o responsável máximo pela Saúde no Brasil abdicaria de seu cargo para votar contra o prosseguimento de uma denúncia, que na palavra do procurador geral da República, Rodrigo Janot, contém uma “prova satânica”. Qualquer falante do português que tenha ouvido o “tem que continuar isso ai” não tem grandes razões para duvidar disso.

O custo real de uma troca em um ministério como a Saúde é incomensurável, principalmente tendo em vista que o “soldado” Barros, ainda poderia ter de votar de maneira contrária a ao menos outras duas denúncias que devem seguir à primeira, por corrupção passiva. No entanto, o preço do apoio ao presidente, segundo levantamento do Reuters, ficou em R$ 1,5 bilhão apenas no mês de junho, frente a R$ 959 milhões no período anterior, para emendas parlamentares, conhecidas moedas de troca em Brasília.

Notem que diferencio “preço” de “custo”. O preço neste caso fica em quase R$ 600 milhões, mas o custo social provavelmente é maior. O orçamento para ciências e inovação no Brasil, que vem padecendo de recursos, é de R$ 2,5 bilhões neste ano. No mundo atual é quase impossível vislumbrar um real desenvolvimento de uma nação sem investir em tecnologias e inovação. O cenário é dramático e bem explicado nesta entrevista.

No caso da Saúde, as trocas no comando costumam ter efeitos em substituir cargos importantes e na não continuidade de vitais políticas públicas. Recentemente conversei com um dos principais representantes do Ministério, que me passou ótima impressão. De currículo inquestionável, e no cargo desde janeiro deste ano, anotava as demandas e sugestões dos presentes em uma plateia composta por muitos funcionários municipais da saúde, e explicava com franqueza as condições de sua pasta. Devido à institucionalidade, o perguntei sobre a “efemeridade do cargo”, nada mais do que o troca-troca por conta da politicagem. Sua resposta me agradou bastante: “É importante que as políticas públicas sejam de Estado, não de Governo, para que as pessoas não sejam mais importantes do que as políticas, e que estas tenham sua efetividade garantida”.

Pessoas mais importantes do que a política. É disso que se tratou até agora o governo Temer. Em outra pasta importantíssima, a Justiça, o Planalto foi ainda mais longe ao defender os interesses do presidente em detrimento dos da nação. Osmar Serraglio foi substituído por Torquato Jardim em grande parte por conta da articulação deste junto ao TSE, tribunal do qual já foi presidente, e onde Temer viria a ser julgado no histórico “velório” do qual três não quiseram levar o caixão. A situação criou um problema inesperado para o Planalto, já que Serraglio recusou a pasta da Transparência, retomando assim seu cargo na Câmara. Sua vaga era ocupada justamente pelo suplente Rodrigo Rocha Loures, o “homem da mala”, que perderia assim seu foro privilegiado, podendo ir preso logo e deixando aberta a possibilidade de uma delação. O desespero no governo levou a uma série de ofertas ministeriais aos deputados do PMDB do Paraná, inclusive na Saúde.

A possibilidade do PSDB desembarcar do governo coloca em dúvida a continuidade nos trabalhos de todas as pastas que têm o partido à frente. Uma delas é o Itamaraty, comandada por Aloysio Nunes. Em caso de mais uma troca, o Ministério das Relações Exteriores terá seu quarto comandante em menos de três anos. Aqueles que acompanham a pasta mais de perto vêm indicando uma racha em três frentes. Uma composta pelos diplomatas de carreira e tradicionalmente respeitada, nesta que é uma das chancelarias mais honradas do mundo, viria batendo de frente com a ala política comandada por Nunes. Por outro lado, o Planalto quer adotar uma postura mais resguardada, tendo em vista a instabilidade do governo.

Ter políticos à frente de pastas importantes não representa um problema. No caso das chancelarias, hoje uma das que vem mais se destacando no cenário internacional por sua postura sensata é a alemã, comandada por Sigmar Gabriel. O cargo tradicionalmente é ocupado pelo segundo líder mais votado que irá compor a coalizão, no caso de Gabriel, líder do SPD, que comanda o país junto à CDU de Merkel. O Foreing Office britânico é normalmente comandado por uma figura pública relevante, hoje o ex-prefeito de Londres Boris Johnson. Na gestão de Obama, os senadores John Kerry e Hillary Clinton assumiram o Departamento de Estado.

Mas aqui, mais do que a realização de escolhas “técnicas” ou não, o que estamos assistindo é o uso dos cargos mais relevantes para a população com o fim espúrio de dar sustentabilidade a um governo fortemente rechaçado. O custo das trocas de cargos e a falta de continuidade em políticas públicas é impossível de ser medido de fato, e provavelmente é mais impactante do que as enormes somas desviadas do erário por corrupção. É nestes casos que devemos concentrar a “náusea” que vem tomando conta do país desde o começo da crise. 

                                                FOTO: DIDA MACHADO, ESTADÃO
                              Renunciar a governar para os brasileiros já ocorreu há algum tempo