De uns tempos para cá eu refleti e tomei para mim duas coisas, bem expressas nessa minha frase "se foder é inerente ao ser humano. Saber rir disso e tirar o lado bom é o que faz a diferença". Fiquei arrasado no 8 de julho, como eu disse, chorei mais que preparador físico do Adriano. Depois disso comecei a rir de algumas ótimas piadas e eu tenho a convicção que quanto a rir de si próprio, só nós e os ingleses temos tamanhas capacidades. Mais um orgulho dos donos do futebol.
Faltava o outro lado, o tal "pelo menos". Pensei bastante, até algumas piadas, reflexões futebolísticas que posso ou não tornar públicas depois, mas o mais importante saiu depois de ouvir um comentário do Paulo Calçade, comentarista da ESPN. Ouvi muito pouco, mas sintetizando, Paulo dizia que no futebol alemão não tinha esquemas, não tinha dinheiro que não se sabia de onde vinha, e daí podemos imaginar o resto.
Um dos pilares de um homem para mim é a convicção. Uma das minhas é que para escrever neste blog, eu iria usar meu mero conhecimento, então lhes privarei de uma informação mais precisa, mas de cabeça é disso que eu lembro: há uns dois meses atrás, o presidente do Bayern de Munique( o novo exemplo de futebol para nossa imprensa), foi afastado de seu cargo por envolvimento com um dinheiro bastante errado. Mas isso não importa, afinal eles ganharam de 7x1 e tudo é perfeito.
Nos programas de esporte eu consigo ouvir na hora que eu quiser que o Felipão errou e cometeu suicídio ao jogar aberto contra a Alemanha. Um canalha desatualizado que fez uma péssima Copa e que deveria saber disso ao enfrentar os alemães. Você também pode ouvir, é só ligar sua televisão. Mas poucos, e eu sou um desses, que conseguem imaginar os mesmos comentaristas, em caso de uma derrota apertada de um Brasil retrancado dizendo: Felipão é um covarde, treinador da seleção brasileira e se comportou como se tivesse treinando seu time de Passo Fundo, era melhor ter aberto o time e levar de sete, dez, mas jogar como o Brasil, manter a dignidade.
Consigo ouvir a mesma situação em relação ao clima criado pelo caso Neymar, que hoje é execrado, já que os jogadores deram foco demais a ausência do gênio ao invés de focar no jogo. Em caso de vitória brasileira( isso sim eu tenho dificuldades de imaginar), a união do grupo para superar as dificuldades seria um exemplo a ser seguido por todos os brasileiros.
Entenderam, né? Se não, me dê qualquer uma dessas listas dos erros do Brasil na Copa e eu te digo como tudo aquilo teria uma outra conotação em caso de outro cenário fora dos 7x1. A Alemanha é perfeita, enquanto a outra finalista da Copa tem problemas graves de gestão, e na minha opinião problemas bem mais graves em relação as torcidas organizadas e a sua federação do que a nossa.
Chegamos na hora do pelo menos. E ele é bom só pra mim, desculpa ter feito você ler até aqui se estivesse querendo um consolo. Eu cheguei na faculdade de Jornalismo absolutamente determinado que meu foco seria trabalhar com política internacional, a ausência de futebol neste blog prova isso. Mas como eu previa, eu gosto demais de futebol, e as oportunidades para falar disso eram tentadoras. Entrei para a equipe esportiva da FACOM, e aquilo parecia cada vez mais uma possibilidade real de trabalho para mim, uma escolha óbvia de unir o útil ao agradável.
Até refletir sobre a imprensa de resultado que iria me empregar. Um grupo que fala mal dos treinadores por seu futebol de resultado, mas não teme em trocar suas convicções por alguns pontos no IBOPE. Uma imprensa na qual comentaristas elogiam até criminosos desde que isso comprove suas opiniões para vender jornal. Lembram que eu disse que um dos pilares de um homem para mim é a convicção? Pois é, a minha agora é de continuar com a geopolítica, já que Iraque e Israel não pararam durante a Copa. Para os muitos amigos que seguirão na profissão, desejo todo sucesso do mundo, sério. Durante a Copa ganhei a alcunha de Filósofo da FACOM, e para honrá-la vou terminar o texto citando um professor que tive: "Menos um concorrente."
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