segunda-feira, 30 de dezembro de 2013

Falência Múltipla

Hoje eu fui ao banco. Detesto, já começa com as portas giratórias que nunca se deram muito bem comigo. Mas dessa vez foi diferente. Avisos indicavam que eu não poderia usar meu celular dentro da agência. Com o tempo livre que eu tinha, pensei. E cheguei à conclusão que não ser assaltado em troca de não usar um celular por alguns minutos é bom negócio.
Mas também pensei que presos na cadeia conseguem facilmente usar o celular. E cheguei a conclusão de que um detento tem mais liberdades do que eu quando vou ao banco. E essa é só uma das proibições visando diminuir os assaltos, também há limites de saques e até o impedimento de sacar valores superiores a R$ 1000,00 após as 16H.
Tais medidas simplesmente demonstram que o governo falhou em proporcionar segurança para a sua população. E grande prova disso não esta nem em agências, e sim nas zonas mais afastadas do centro da cidade, nas quais o mais abastados pagam por segurança particular, e enquanto isso o menos favorecidos tem muitas vezes como única opção as milicias.
Enquanto isso os lugares comuns de lazer vão sendo tomados aos poucos pela violência. Nas praias cariocas os arrastões já dividem lugar com a caipirinha como marcas do Rio. Nos estádios de futebol as brigas entre torcidas vão cada vez mais desvalorizando o espetáculo. E ir a bares se tornou uma opção somente aos mais ousados.
E tudo isso com um Judiciário extremamente pífio. Ao menos não pode mais se dizer que justiça no Brasil só funciona para pobre. Conseguimos um nível de igualdade nos julgamentos que poucos países tem no mundo. A justiça brasileira não funciona para nenhum cidadão. Nem para ricos, nem para pobres, negros ou brancos, direita ou esquerda. Ninguém.
O Executivo e o Legislativo não são dignos de comentários. E a resposta é de que o governo enquanto isso esta trabalhando para tirar milhões de brasileiros da pobreza. Nem isso funciona mais: http://www1.folha.uol.com.br/fsp/poder/109631-indicador-defasado-esconde-22-milhoes-de-miseraveis-do-pais.shtml

quinta-feira, 12 de dezembro de 2013

O Papa é Pop

Não costumo dar muita atenção para eleições de revistas. No entanto, duas recentes, uma feita pela "Forbes", e uma pela "Time" nos ajudam a entender o mundo. E "Hollywood" também.
Não sei se você sabe: o papa Chico foi eleito o "homem do ano" pela "Time", e Putin eleito o homem mais poderoso do mundo pela "Forbes". Isso mesmo, Obama não detém mais o posto segundo a edição. E o que isso tem a ver com "Hollywood"?
Uma coisa você já deve ter notado. O cinema está inovando menos. Cada vez mais a aposta é em clichês e continuações, o que é facilmente visto em "Velozes e Furiosos 7" e os anuais filmes dos heróis da Marvel. No entanto isso têm uma outra explicação além da falta de criatividade. A postura americana após a crise de 2008.
Cautela virou a palavra chave em território norte americano. E assim investir em sucesso de público garantido, mesmo que isso não agradasse a crítica, passou a ser a opção. E isso também foi verificado no política externa de Obama. Quando muitos esperavam uma intervenção na Síria, com o intuito de acabar com os horrores propagados no Ocidente cometidos pelo regime de Assad, Obama recuou. Foi cauteloso quanto a mais uma intervenção, lembrando do que já havia acontecido no Afeganistão e no Iraque.
E é ai que aparece Putin. Sem preocupação com a opinião pública, o russo continuou na defesa do regime, mesmo que isso gerasse um mal estar com o Ocidente. Mal estar que acabou por ocorrer nas últimas semanas com a questão ucraniana. Em um mundo que os maiores detentores do poder estão com receio, o flanco atirador do Leste Europeu fez por merecer o posto de homem mais poderoso.
E é nesse cenário que aparece o simpático Chico. Latino, com um discurso menos conservador foi conseguindo abrir um pouco mais as concepções da Igreja que pareciam irredutíveis com o último papa. Embora com um discurso em partes um pouco clichê, como a condenação da miséria, Chico vai conseguindo aos poucos reaver o apoio perdido. Mesclando uma cautela americana com uma ousadia russa. Ou para nós, um jeitinho brasileiro.