quinta-feira, 21 de agosto de 2014

Um bom motivo


Acho que enfim eu consegui um bom motivo para gostar tanto de política internacional. Ainda não é definitivo para explicar como alguém consegue se interessar pelas eleições no Afeganistão, mas é um começo. É possível enxergar a geopolítica como um universo infantil extremamente interessante, vou explicar nas próximas linhas.
Começando pela última instância de qualquer problema internacional, a guerra. A guerra não é nada mais do que a “Lei do Mais Forte” que todos nós vivenciamos quando somos menores, na qual qualquer problema é resolvido com força. Logo nos primeiros anos de vida isso se resume a algumas dentadas. Algumas pessoas parecem não entender que dentadas em quem se tem problemas se resume a estes momentos, mas enfim, não vamos perder o foco.
Eu como sempre tive um biótipo que rendia apelidos com “chassi de grilo” e “frango da Sadia”, costumava buscar soluções mais estratégicas do que a briga. Levando isso para o contexto internacional, seria como o México, que nunca teve grande força militar, mas compensou isso com alianças com o valentão Estados Unidos.
O outro extremo é daquele que têm os músculos. Evidentemente ele vai querer usar sua força para resolver seus problemas, e a manifestação mais clara disso é a Rússia atual. No caso do país de Putin, centímetros a mais e um pouco de força física são substituídos pelo segundo maior arsenal bélico do mundo, detalhe. O ponto é que a crise na Ucrânia deixou claro que os argumentos da Rússia são bem semelhantes aos do nosso valentão, que na maioria das vezes não era um cara muito esperto.
Outra analogia que eu acho interessante é a do bem que movimenta todas as relações. No caso da política internacional é o petróleo. Já na infância ele varia, e fica bastante evidente nas figurinhas da Copa (que devem ser derivadas do ouro negro). Para consegui-los vale tudo, e atire a primeira pedra quem nunca trapaceou no bafinho, surrupiou uma figurinha faltante ou invadiu o Iraque em busca dos seus objetivos.
Rivalidades tolas muitas vezes ditam as regras na infância e não é diferente quando adultos estão se relacionando internacionalmente. Perón tinha problemas com o Brasil e não fazia nenhuma questão de negar isso, o que afetou as relações diplomáticas de Argentina e Brasil por muito tempo. Inclusive a ausência da Argentina na Copa de 50 foi por conta do país ter tentado sediar a competição e perdido para seu rival. Muitos devem o veto do Brasil ao Conselho de Segurança da ONU á oposição Argentina, que claramente seria motivada pelo interesse de estar lá ao invés do povo tupiniquim.
Alguns mais exaltados quanto às teses imperialistas podem dizer que o neoliberalismo não é nada mais do que os mais fortes indo até os mais fracos para tomar o dinheiro do lanche. Acho que este argumento se expresso sem grande extremismo tem valor, mas não vou me ater a ele.

E evidentemente posso estar completamente enganado em tudo isso que escrevi. Mas eu queria terminar ressaltando duas coisas: tem muito cara de melão falando de geopolítica. E que bom seria se palestinos, costa marfinenses e tantos outros pudessem simplesmente chegar a suas casas e saber que a mãe ONU vai resolver seus problemas.