Rei
Leão, Era do Gelo, episódio de despedida do Pikachu. Esses e outros momentos me
marcaram como uma criança normal nascida nos anos 90. A questão que todos que me
conhecem sabem, e quem não, basta ler um pouco do que escrevo, é que nunca fui
lá o que se pode chamar de normal. Com oito anos de idade tive um trauma
diferente, que me motivou a escrever aqui.
O ano
era 2004, eleições americanas. A vitória era dada como certa por muitos a Al
Gore, ao lado de Oliver Tsubasa, um dos meus grandes ídolos no momento. A
questão é que o resultado não foi o especulado, e como todos sabem, Bush
assumiu. Chorei bastante. Depois dos quatro anos do governo de Bush, cheguei a conclusão de que tinha chorado até pouco. Entrei na onda de que as eleições haviam sido manipuladas,
tentei entender o sistema eleitoral norte-americano (tento até hoje), mas o
fato é que minha tão louvável luta contra o aquecimento global sofria ali um
grande baque.
Claro
que não desisti. Militei ainda por alguns anos contra o desperdício, a favor
dos três R’s( reduzir, reciclar e reutilizar) e por muito tempo acreditei que
ao lado do Madin Boo, o aquecimento global era o maior mal existente. Os anos
passaram, chegaram outros “ismos”, Karl Marx, declarações de que os problemas
ambientais não eram tão problemáticos assim, e o Greenpeace acabou perdendo um
grande membro.
A
questão é que o “ismo” de defender o meio ambiente no final das contas estava
apenas adormecido. Nestas eleições, nas quais não tenho intenções de convencer
ninguém a votar em nenhum candidato, já que apesar de algumas concordâncias,
não consigo ver em nenhum dos três com reais chances de ganhar, uma verdadeira esperança
para o país, surgiu uma simpática figura.
Não
ter que ganhar as eleições obviamente influenciou na espontaneidade de Eduardo
Jorge, ainda assim as brilhantes participações nos debates, dotadas de um bom
humor que só me recordo de ver com Plínio em 2010, fizeram com que eu olhasse
de uma maneira diferente para o candidato do PV.
O
que começou pelo bom humor acabou revelando-se uma semelhança de ideias
impressionante. Com algumas discordâncias normais, o fato de no pouco espaço de
tempo Eduardo Jorge ter colocado em pauta a situação da maconha e os malefícios
dos discursos extremistas de “direita” e “esquerda” me surpreenderam por
retratar ali dois temas que acho imprescindíveis.
Fui
bastante cobrado ao longo desses meses uma posição quanto às eleições. Agora
tenho uma. Podem dizer que vou votar no Eduardo Jorge pela “zoeira”. Não
estarão errados. Pela paz e o amor propostos? Também é válido. Em tempos de uma
universidade federal, em curso de humanas, fazer uma divagação freudiana sobre
um trauma de infância? Justo. Mas vou resumir todos estes motivos naquele rapaz
de oito anos de idade, cheio de esperança de mudar o mundo. A chance de ele
acabar com o aquecimento global talvez até fosse maior do que a do Eduardo
Jorge de vencer as eleições. Mas não vou trair meu primeiro “ismo”. Vou finalizar com a outra possibilidade de título, não escolhida pelo fato de ser muito clichê, amigos: "Salve Jorge".
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