terça-feira, 24 de fevereiro de 2015

O Dia D em Israel

Mesmo com toda a neve que cobre o país há dias, a preocupação dos israelenses é total com o próximo dia 17. Em uma jogada política, o Likud, partido do poder, antecipou as eleições para o parlamento, ou Knesset, e o resultado pode mudar drasticamente as negociações de paz com os palestinos.
Como mostrou um recente levantamento, o governo de Benjamin Netanyahu pouco fez pelo diálogo com os árabes, e ano após ano o número de assentamentos em território considerado palestino pela comunidade internacional que foram autorizados, só cresceu, chegando a um recorde em 2014. O resultado foi um país ainda mais distante de uma solução, e a escalada da violência de radicais palestinos.
A preocupação de Netanyahu com o Irã é muito maior do que a intenção de resolver os problemas em seu país, e o líder do Likud não esconde isso. Caso seu partido consiga uma coalizão com maioria das 120 cadeiras do Knesset, o resultado deve ser mais quatro anos de intervenções em Gaza, assentamentos ilegais e pouca evolução nas conversas, exatamente o que estamos presenciando.
Por outro lado há a oposição de centro-esquerda, liderada pelo Partido Trabalhista e que teria como líderes Herzog e Livni. Os dois adotam há algum tempo um discurso focado na importância das negociações de paz e tem relações muito melhores com a Autoridade Palestina do que o atual governo, incluindo uma visita de Herzog á sede do governo da AP em Ramalá.
As relações de Netanyahu com o Ocidente vão de mal a pior, sendo criticado inclusive por veículos pró-Israel como o Le Figaro. Com Obama, as coisas só pioraram depois que o governante, apoiado pelos republicanos, fez um discurso no congresso americano contra o programa nuclear iraniano.
Os israelenses tem no dia 17 a opção de escolher o que querem para seu futuro. Pena que do outro lado do conflito, jovens como Jihad al-Jaafari de 19 anos, que segundo a agência Ma’an, foi morto ontem pelo exército israelense, não tenham tantas opções. 

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