Acho
que enfim eu consegui um bom motivo para gostar tanto de política
internacional. Ainda não é definitivo para explicar como alguém consegue se
interessar pelas eleições no Afeganistão, mas é um começo. É possível enxergar
a geopolítica como um universo infantil extremamente interessante, vou explicar
nas próximas linhas.
Começando
pela última instância de qualquer problema internacional, a guerra. A guerra
não é nada mais do que a “Lei do Mais Forte” que todos nós vivenciamos quando
somos menores, na qual qualquer problema é resolvido com força. Logo nos
primeiros anos de vida isso se resume a algumas dentadas. Algumas pessoas
parecem não entender que dentadas em quem se tem problemas se resume a estes
momentos, mas enfim, não vamos perder o foco.
Eu
como sempre tive um biótipo que rendia apelidos com “chassi de grilo” e “frango
da Sadia”, costumava buscar soluções mais estratégicas do que a briga. Levando
isso para o contexto internacional, seria como o México, que nunca teve grande
força militar, mas compensou isso com alianças com o valentão Estados Unidos.
O
outro extremo é daquele que têm os músculos. Evidentemente ele vai querer usar
sua força para resolver seus problemas, e a manifestação mais clara disso é a
Rússia atual. No caso do país de Putin, centímetros a mais e um pouco de força
física são substituídos pelo segundo maior arsenal bélico do mundo, detalhe. O
ponto é que a crise na Ucrânia deixou claro que os argumentos da Rússia são bem
semelhantes aos do nosso valentão, que na maioria das vezes não era um cara
muito esperto.
Outra
analogia que eu acho interessante é a do bem que movimenta todas as relações.
No caso da política internacional é o petróleo. Já na infância ele varia, e
fica bastante evidente nas figurinhas da Copa (que devem ser derivadas do ouro
negro). Para consegui-los vale tudo, e atire a primeira pedra quem nunca
trapaceou no bafinho, surrupiou uma figurinha faltante ou invadiu o Iraque em
busca dos seus objetivos.
Rivalidades
tolas muitas vezes ditam as regras na infância e não é diferente quando adultos
estão se relacionando internacionalmente. Perón tinha problemas com o Brasil e
não fazia nenhuma questão de negar isso, o que afetou as relações diplomáticas
de Argentina e Brasil por muito tempo. Inclusive a ausência da Argentina na
Copa de 50 foi por conta do país ter tentado sediar a competição e perdido para
seu rival. Muitos devem o veto do Brasil ao Conselho de Segurança da ONU á
oposição Argentina, que claramente seria motivada pelo interesse de estar lá ao
invés do povo tupiniquim.
Alguns
mais exaltados quanto às teses imperialistas podem dizer que o neoliberalismo
não é nada mais do que os mais fortes indo até os mais fracos para tomar o
dinheiro do lanche. Acho que este argumento se expresso sem grande extremismo
tem valor, mas não vou me ater a ele.
E
evidentemente posso estar completamente enganado em tudo isso que escrevi. Mas
eu queria terminar ressaltando duas coisas: tem muito cara de melão falando de
geopolítica. E que bom seria se palestinos, costa marfinenses e tantos outros
pudessem simplesmente chegar a suas casas e saber que a mãe ONU vai resolver
seus problemas.